Meu Deus do céu, mais de três anos sem postar nada aqui.
De 2020 pra cá, tanta coisa aconteceu...
Passamos por uma pandemia imensa, onde colocou muita gente pra pensar na vida.
O cenário político do Brasil esteve mais bosta do que nunca, a gente chegou a pensar que a humanidade seria um pouco melhor, mas não aconteceu.
Minha depressão estava controlada, eu estava desempregada, minha mãe idosa trancafiada dentro de casa (coisa que ela detesta), minha viagem para a Inglaterra estava fechada.
Curso e acomodações pagos. ( Não sei se na ultima postagem eu contei isso).
Incertezas. O planeta estava doente.
Nesse intervalo de planeta parado, eu me formei!
Sim, agora TRADUTORA E INTÉRPRETE com diploma em mãos.
Tradutora fajuta ok, mas sou.
Acabou a faculdade, meu cabelo estava recuperado porém, a depressão veio com tudo.
Enquanto eu estava estudando estava tudo bem.
Mas a faculdade acabou né? Cai cabelo, unhas mais fracas, angustia, tristeza.
O fim de 2020 foi caótico no sentido da minha saúde mental.
Já em 2021, tudo parecia estar voltando ao eixos.
Entrei na Raia Drogasil, conheci pessoas incríveis, reencontrei meu ex chefe, consegui finalizar o que faltava da minha viagem.
Mal sabia eu o que estava por vir.
Atravessei a cidade de SP do extremo leste ao extremo oeste, quase Osasco para poder ir realizar o segundo sonho da minha vida.
Quem me conhece sabe que meu sonho de vida desde que me entendo por gente, sempre foi conhecer a Inglaterra.
Estava tudo certo. Finalmente eu já propagava aos 4 ventos que eu iria viajar em breve.
Minha mãe tomou a vacina da COVID, eu logo em seguida tomei também. Tudo certo.
Mas no dia 25/05/21 eu perdi o resto de saúde mental que eu tinha.
Minha mãe sofreu um acidente.
Nossa, não consigo nem contar direito de como aquilo acabou comigo.
Afinal, eu estava me recuperando das minhas perdas, imagina perder a razão da minha vida?
Graças a Deus, isso não aconteceu.
Ela fraturou 6 costelas e um ossinho da virilha. Preciso dizer que eu pirei? Eu quase morri.
Ver minha mãe sem poder dar um passo, de cama por 3 meses...
Comecei a fazer terapia. Tive um aviso de Burnout pela psicóloga. Não dei bola.
Felizmente minha mãe se recuperou. Porém, algo aqui na cabeça estava falhando.
Um dia voltando do trabalho, um homem cai na minha frente.
Eu tive e nítida impressão de que era a minha mãe. Congelei, parei.
Voltei aos meus sentidos com um funcionário do metrô falando comigo. ALERTA! Mais uma vez, não dei bola.
Por muitas vezes eu ficava andando no meio da multidão sem saber o que eu estava fazendo.
Sinal amarelo mais uma vez que eu simplesmente deixei passar. Passado tudo isso, já em 2022, INGLATERRA A VISTA!!
Minha mãe 97% recuperada, roupas compradas, mala ok, documentação impressa.
Eis que eu compro minha passagem poucos dias antes do embarque.
Pq isso? Não me pergunte, apenas teimosia minha mesmo.
Passagem comprada e um grande bônus: Eu iria fazer conexão de 4 horas em DUBAI! Meu coração disparou, pq eu não tinha intensão nenhuma de fazer escala ou conexão. O medo tomou conta do meu ser. Eu não sabia nada sobre Dubai, eu não tinha a menor ideia do que fazer, falar. Logo pensei: " E agora, meu inglês?" Sim, eu sou tradutora, fajuta, mas sou.
Calma, temos muitas emoções.
Comprei minha passagem para embarcar no dia 03/06/2022.
Então, após sair do trabalho corri pra casa, arrumar a mala, fazer uma ultima checagem nas coisas e imprimir o voucher da passagem e os documentos para apresentar na imigração.
Tudo lindo.
Bom, com o voucher em mãos, vamos conferir o o horário de embarque: Sexta 01:25 terminal 3 GRU.
Exatamente assim 01:25 terminal 3.
O que eu imaginei: Os horários fora do Brasil não tem 13,14, 15 logo, embarco ás 13h de sexta feira. Acordei 05h, tomei banho e 06h30 rumo ao aeroporto. Tudo lindo, chegando em Cumbica, dou de cara com um outdoor com o Big Ben. Comecei a chorar, afinal, eu estava indo realizar o meu sonho de vida.
Passa o tempo, passa horas e horas, eis que eu recebo uma mensagem do meu agente de viagem:
" E aí Rachel, como está Dubai?"
" Oi Max, eu ainda estou em Guarulhos! Embarco as 13h"
"Ás 13h? Não Rachel, seu voo era o da madrugada, 01:25 da manhã."
O meu chão abriu, minha alma saiu do corpo, eu queria sumir dali, eu queria por fim na minha vida.
Quem me conhece sabe que eu sou muito certinha com as minhas coisas. Nunca cheguei atrasada no trabalho por vontade própria. E justo nesse dia, eu fiz isso comigo mesma, com o meu sonho.
Então, fiquei correndo no saguão do aeroporto procurando alguém da Emirates, tentei ligar na central deles, falei um espanhol que arrancou elogios de uma argentina que estava com a minha mãe que também estava muito nervosa.
Nossa, pra mim era o fim aquilo. Eu estava desnorteada. Até hoje eu não sei descrever a sensação.
Na minha cabeça eu só poderia desistir de tudo e passar minhas férias aqui no Brasil mesmo ou então, em outro plano. Sim, eu pensei em me suicidar sim!
Achem exagero o frescura, mas isso passou pela minha cabeça sim. Se não fosse minha mãe estar comigo, eu não seio que eu teria feito aquele dia.
Meu agente me deu todo suporte necessário. Resumindo, eu tinha duas opções: Ir no mesmo dia, mas fazer upgrade de classe: de econômica para executiva ( eu ia ficar um nojo) por $10.000 ou viajar na quarta feira seguinte por $4.000. E quem disse que eu tinha esses valores?
Eis que o marido da minha prima ( Dione, muito o brigada por isso!!!!!) me empresta os $4.000
Tudo resolvido. Terça feira 18h eu já estava no aeroporto para embarcar na madrugada.
Gente, quando vc passa ali do controle de passaportes da Policia Federal aqui ainda no Brasil, é um outro mundo né? Me senti no shopping Cidade Jardim.
Aquelas lojas de luxo Gucci, Prada, Victoria Secrets, Dior, D&G e loja de chocolates... Outro mundo! Eis que o avião encosta para a gente embarcar.
Gente, que avião lindo! Enorme o A380. O "bixo" impressiona.
É lindo demais! A tripulação fora do normal. Muito educados, e claro, todos falando em inglês. Gastei o meu. Queria muito ter ido conhecer a classe executiva, mas não podia subir. O banheiro era lindo porém estava nojento. 15 horas de voo São Paulo - Dubai.
Uma comida deliciosa, tomei um suco de maçã ma-ra-vi-lho-so que eu vou tomar muito em breve ( eu creio) tomei Amarula, e consegui dormir. Mas não dormi direito né? Minha amiga me contou que ela acompanhou meu voo pela internet SP /UEA. Chegando em Dubai depois de exaustivas 15 horas, corri para a fila de conexão, e fui procurar o portão de embarque. Que aeroporto lindo, luxuoso... Mais uma vez só as grifes... Mulheres de burca, Hijab, gente do mundo inteiro. Impressionante. E o departamento de perfume? Coisa mais maravilhosa do mundo! Calor? Porra! Um calor do caramba dentro do aeroporto. Finalmente chegou a hora de ir (ou voltar?) para Londres. Aí pronto. Chorei feito criança. Eu estava há 05 horas de pisar no país que eu sempre quis conhecer.
Um avião menor, mas tbm bem imponente. A frota da Emirates é linda né gente? Vamos combinar...
As 5 horas mais longas da vida!
Cheguei em Londres. Meu coração na boca e meu cu não passava nem wifi. IMIGRAÇÃO. Fui fazendo meu Hooponopono e quando chega a minha vez, o agente de imigração só meu perguntou o que eu ia fazer em Londres. Nem precisei mostrar documentos, ele carimbou meu passaporte e disse:
"Enjoy it!"
Eu saí da cabine dura, reta, meu ciático até "pinçou"... Peguei minha mala e fui encontrar meu transfer.
Ele me deixou na minha acomodação eu já fui andar pelo bairro.
Cara, que sensação. Eu estava na Inglaterra. Tudo muito diferente, pessoas, cheiros ( uns bem ruins), crianças, adultos, Judeus, esquilos, cavalos, raposas...
Teve mais perrengues gente, mas deixa pra lá. Foi tudo lindo, foi maravilhoso. Eu tenho certeza que eu vou voltar pra lá. Foi uma viagem perfeita.
As pessoas me entendiam quando eu falava meu inglês chulo, e ouvir o sotaque britânico das pessoas? Eu me arrepiava. Big Ben lindo, London Eye linda, Tower Bridge Majestosa. Tudo lindo. 1 mês passou rápido demais.
Voltei para o Brasil realizada. Falando um pouco melhor.
E em agosto / 22, fui mandada embora da Raia Drogasil. Ainda bem. Calma, explico.
Eu já não estava mais suportando o lugar onde estava trabalhando. Era muito longe, depois do acidente da minha mãe, eu dei uma boa pirada. Eis que retomei minha terapia e adivinhem? Burnout.
Levei toda a situação pra psicóloga, falei do apagão no metrô, da troca de horário que não era normal na minha vida, esquecimentos, as minhas andadas de zumbi, os brancos que eu tinha em meio atendimentos e conversas, meus dois olhos tremendo simultaneamente, stress em casa, eu entrava na telemedicina para pegar atestado e não ir trabalhar ( eu não sou de fazer isso), ansiedade, cansaço.
Um belo Burnout, a ponto da psicóloga falar: " Ou vc sai daqui ou vc vai direto para uma clinica psiquiátrica."
Talvez eu não fosse mandada embora, mas eu pedi para um dos meus supervisores. Cheguei e passei do meu limite.
Acabou 2022 eu desempregada, com a cabeça totalmente "desgraçada" e entro o ano de 2023 piradinha das ideias. Nada de muito interessante aconteceu este ano, mas no dia 22/07/2023 eu voltei a morar aqui na Mooca 22 anos e meio após sair daqui para ir morar no Jardim Sapopemba. Eu e minha mãe. Minha cabeça está melhor, mas sei que eu só vou melhorar mesmo, ficar 100% quando eu pagar o Dione. A casa aqui é muito lindinha. Estamos felizes. Só não estou mais porque ainda não estou trabalhando e devo um $$ para o marido da minha prima. Entrei no clube dos tarja preta, fiz 43 anos, saudade diária de Londres, e ainda penso no R.
Comemorei 20 anos de amizade com a Lirian, Dany, Karina e Pricila.
Um ano de amizade com o Ricardo que conheci em Londres, pois fizemos intercambio pela mesma agência e estudamos na mesma escola. Também com o Nando, que conheci no grupo da ICGroup no WhatsApp e ele me "aguentou" quando eu perdi meu voo.
Resumindo foi isso.
Agora estou aqui na Mooca, morrendo de calor, procurando emprego e claro, cuidando um pouco mais da cabeça.
É isso meu povo. Espero voltar aqui pra contar como foi minha volta para Londres. Dessa vez, sem trocar horário e sem ir para Dubai.
